Sob a constelação de Coelho Neto
No trem que atravesso
a cidade brilhante
mudam as estações,
mas o frio é constante
quanto mais aproxima meu
destino
mais vou ficando distante...
No trem que dilacera
a noite em milhões de diamantes
jovens bebem daquela besteira
entorpeço no teu cheiro embriagante
são sinais trocados, trocando direções
quanto mais sigo em frente
No vagão que recorta
o escuro dilacerante
os sorrisos são
como estrelas decadentes vacilantes
que você vê daquele outro país
nesse momento, nesse mesmo instante
onde eu quero finalmente
troca a próxima estação
o sol some por instantes
no escuro sinto meu
corpo descer aqui
enquanto sabe que tem que ir adiante
destroça o escuro flamejante
dele sombras brotam,
crescem, se espalham
nas cores do ciúme,
naquele tom tocante
deito sobre os trilhos,
que são como seu colo
ali espero pelo sono reconfortante
Sabendo que nada
será simples como antes
Sabendo que tudo
é uma verdade vacilante
Sabendo que as estrelas
em Coelho Neto
Nunca serão uma constelação
que vai guiar um viajante
talvez seja uma mentira fascinante
Sabendo sem ilusões que
Sabendo que nada
será simples como antes
Sabendo que tudo
a poeira do choque de nossos planetas
nunca irá encobrir
o que fizemos de marcante
Sabendo que as estrelas
em Coelho Neto
Nunca darão uma constelação
de brilho fulminante
Sabendo que as estrelas
Sabendo que as estrelas
em
Coelho Neto
Nunca
serão uma constelação
das mais importantes...